O VERDADEIRO AMIGO

ESTUDO BÍBLICO

MARCAS DO VERDADEIRO CRENTE EM CRISTO

Texto Bíblico: Hebreus 13:1-6

Conclusões e aplicações práticas

13 Seja incessante o amor fraternal.

2 Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos.

3 Lembrai-vos dos encarcerados, como se estivésseis aprisionados com eles; e todos aqueles que sofrem maus tratos, como se vós pessoalmente estivésseis sendo maltratados.

4 Digno de honra seja o casamento entre todas as testemunhas, bem como a pureza do leito conjugal; porquanto Deus julgará os imorais e adúlteros.

5 Seja a vossa vidas desprovida de avareza. Alegrai-vos com tudo o que possuís; porque Ele mesmo declarou: “Por motivo algum te abandonarei, nunca jamais te desampararei”.

6 Por essa razão, podemos afirmar com toda a segurança: “O SENHOR é o meu Ajudador, nada temerei. O que poderá fazer contra mim o ser humano? BKJ

INTRODUÇÃO

O autor inicia o último capítulo do seu livro, ocupando-se de assuntos práticos, entre os quais ele destaca quatro qualidades essenciais da vida cristã.

O motivo do autor era que naquele momento desenvolviam-se diversas doutrinas heréticas.

Este texto bíblico foi escrito, para prescrever a receita dos medicamentos cristãos que, podem combater cabalmente a heresia.

Estes medicamentos são marcas do verdadeiro crente em Cristo:

1. O AMOR CRISTÃO (1-3)

Amor, é o antídoto que, tem o poder de eliminar toda heresia que ronda a Igreja. 

A marca de todas as heresias é esquecer totalmente do amor cristão. 

A heresia quando entra numa Igreja, não respeita, nem dá o mínimo valor às raízes do trabalho, e muito menos ao suor derramado por outros servos de Deus que, ali passaram.

É, também, uma desconsideração à obra do Espírito de Deus operada ali, porque ao entrar a heresia, geralmente, ela divide a Igreja, e muitos que ainda não têm maturidade espiritual, até abandonam a fé.

Conservar pura a fé, é demonstração de poder espiritual, mas quando isso nos faz críticos, rígidos, acusadores, ásperos e desatentos, o resultado será a destruição do amor fraterno. 

Quando isso acontece, as duas atitudes que, podem restaurar são: 

I. Zelo ardente na fé 

II. Amabilidade para com o homem que se apartou dela.

Para isso o autor sagrado qualifica o amor como marca de um verdadeiro crente em Cristo:

III. Este Amor é Fraternal 

O amor fraternal é relativo a ou próprio de irmão, afeição, caridade ou cordialidade.

O autor sagrado tinha a preocupação que a apostasia invadisse a Igreja, e causasse o esfriamento do amor fraternal entre os crentes.

IV. Este Amor é Hospitaleiro

A hospitalidade dos crentes em Cristo do primeiro século foi a principal marca da Igreja Primitiva.

Esta é o ato de hospedar, e acolher bem os seus hóspedes. 

No mundo antigo as pousadas eram sujas, muito caras e de baixa reputação. 

Teofrasto - filósofo da Grécia Antiga, sucessor de Aristóteles na escola peripatética, oriundo de Eressos, em Lesbos, seu nome original era Tirtamo, mas ficou conhecido pela alcunha de Teofrasto.

Ele escreveu a biografia do homem despreocupado, dizendo que, era apto para cuidar uma pousada ou dirigir um prostíbulo. Põe ambas as ocupações no mesmo nível.

O grego sempre se estremecia ante uma hospitalidade conseguida por dinheiro. 

O trabalho de hospedeiro lhe parecia um negócio antinatural.

O mundo antigo amava e tinha em honra a hospitalidade. 

Pela circunstância de perseguições e sofrimentos a hospitalidade era ainda mais necessária entre os cristãos. 

O cristianismo sempre deve ser uma religião de portas abertas. 

O autor Aos Hebreus diz que, entre aqueles que hospedaram forasteiros, alguns deles, sem saber, hospedaram anjos de Deus. 

Abraão e a Sara em sua época um anjo se apresentou em sua casa, para anunciar o nascimento de Isaque. (Gênesis 18:1ss) 

Manoá um anjo foi a sua casa e anunciou-lhe o nascimento de Sansão. (Juízes 13:3ss).

LÒ dois anjos visitaram a sua casa e no outro dia salvou a ele e sua família da destruição daquele lugar. (Gênesis 19:1-29)

Foi a hospitalidade que concedeu estas bênçãos divinas.

V. Este Amor é Lembrar dos encarcerados, e de todos os que sofrem maus tratos. (3) 

Este amor foi o aspecto mais atrativo da Igreja Primitiva. 

Aristides, o orador pagão, disse dos cristãos: "Se ouvirem que algum deles está na prisão ou passa tribulação por causa do nome de seu Cristo, todos lhe prestam ajuda em sua necessidade e se podem resgatá-lo, o põem em liberdade".

As Constituições Apostólicas estabelecem: "Todo o dinheiro que provêm de um trabalho honrado deve ser destinado e distribuído para o resgate dos santos, pagando com eles pelos escravos, cativos e prisioneiros, pessoas dolorosamente ofendidas ou condenadas pelos tiranos".

“Sõmati” = “em corpo” (pessoalmente). Esta expressão grega tem a ideia cristã de Corpo de Cristo, ou seja, quando um membro do corpo sofre, todos os demais sofrem com ele, principalmente Jesus Cristo que, é o seu Cabeça. 

“Desse modo, quando um membro sofre, todos os demais sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se regozijam com ele!” (I Cor. 12:26) BKJ

O vocábulo “cristão” foi originalmente criado pelo povo que, testemunhando o amor dos membros da Igreja, os apelidou de “pequenos Cristos” = cristãos.

Para os nossos dias Jesus Cristo disse: 

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros.  Através deste testemunho todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros!” João 13:34-35) BKJ

Jesus Cristo está afirmando que, o amor cristão é marca registrada do verdadeiro crente em Cristo.

2. FAMÍLIA ESTRUTURADA NA SANTIDADE. (4)

A tese defendida aqui, é que, a família precisa de pureza. 

O laço matrimonial deve ser respeitado universalmente. 

Havia naquela época duas posições distintas:

I. Os ascetas  buscavam afastar- se dos prazeres, dedicando-se a orações, privações e flagelações. 

Buscando a perfeição espiritual, eles levavam uma vida regrada. 

Os ascetas desprezavam o matrimônio. 

Alguns chegavam ao extremo de castrar-se, para assegurar o que, segundo eles era a pureza. 

Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesareia ou ainda Orígenes, o Cristão, foi um teólogo e filósofo neoplatônico patrístico. Orígenes, seguiu este caminho.

Galeno, médico grego, anotou que entre os cristãos havia homens e mulheres que se abstinham de coabitar durante toda sua vida.

O autor Aos Hebreus insiste que para o crente em Cristo o laço matrimonial não deve ser desprezado, e, sim, tem que ser honrado. 

II. Outros estavam sempre propensos a recair na imoralidade. 

O autor apropriadamente usa dois termos: 

a. um denota uma vida de adultério; 

b. o outro toda classe de impureza, tais como os vícios contra natureza.

É possível que o autor esteja falando do Homossexualismo e o Lesbianismo, como disse Paulo:

“Por esse motivo, Deus entregou tais pessoas à impureza sexual, segundo as vontades pecaminosas do seu coração, para degradação de seus próprios corpos entre si...E, por essa razão, Deus os entregou à paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. De igual modo, os homens também abandonaram as relações sexuais naturais com suas mulheres e se inflamaram de desejo sensual uns pelos outros...!” (Rom. 1:24, 26-27) BKJ

Quando Plínio, o governador de Bitínia julgava os cristãos, e informava a Trajano, o imperador, admitiu que, mesmo quando buscasse uma acusação para condená-los, que no encontro do dia de seu Senhor "obrigavam-se a si mesmos por meio de um juramento a evitar:

I. um ato criminal, 

II. o roubo, 

III. o assassinato,

IV. o adultério, 

V. a não quebrantar nunca a palavra empenhada,

VI. a jamais negar um depósito quando solicitado a que o devolvessem. 

Naquela época os cristãos exibiam perante o mundo tal pureza que, nem os seus maiores críticos encontravam neles falta alguma.

Os cristãos introduziram no mundo um novo ideal de pureza, e até os pagãos admitiam isto.

O que precisamos para os nossos dias é de família estruturada na santidade, porque essa é uma marca do verdadeiro crente em Cristo.

3. CRER NAS PROMESSAS DE DEUS

Nesta parte do texto o autor fala da pessoa que, não aprendeu a depositar a sua plena fé em Deus, e dá-lhe duas características:

I. É avarenta (5)

II. É dependente da situação financeira. (5)

Avareza e dependência financeira são responsáveis por muita negligência de crentes para com a obra de Deus através de sua Igreja.

Nessa dependência financeira estão incluídos os prazeres que ela compra ou constrói. 

O verdadeiro crente em Cristo alegra-se com os suprimentos dados por Deus. (5)

I. Ele crê que, Deus nunca o abandonará. (5)

II. Ele crê que, Deus nunca o desamparará. (5)

O cristão deve estar livre do amor ao dinheiro e contentar-se com o que tem.

O texto não está incentivando a ociosidade nem o comodismo com a pobreza, porque toda a Palavra de Deus reprova essas atitudes:"Observa a formiga, ó preguiçoso, reflete sobre o trabalho que ela realiza e sê sábio! Mesmo não tendo um chefe, nem supervisor, nem comandante, armazena suas provisões no verão, e na época da colheita ajunta seu alimento, com toda a disciplina! Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás da tua sonolência? Tirando uma pestana, cochilando um pouco, cruzando os braços para descansar, tua iminente pobreza te aterrorizará, e tua necessidade te assaltará como um ladrão aramado!" " " Provérbios 6:6-11 BKJ

O autor Aos Hebreus aconselha o cristão crente em Jesus Cristo, a não ficar estressado e ansioso com a vida, porque  ele possui a contínua presença de Deus como marca do verdadeiro crente em Cristo.

4. CORAGEM EM TODOS OS MOMENTOS

Aqui o autor destaca os dois alicerces da coragem do cristão:

I. Ele nunca teme, porque sua segurança é o Senhor. (6)

II. Ele nunca teme, porque Deus é o seu Ajudador. (6)

O autor cita duas grandes passagens do Antigo Testamento:

Que refere-se a Josué quando assumiu a direção do povo de Israel na caminhada para a Terra Prometida: “Ninguém te poderá resistir durante toda a tua vida; assim como estive com Moisés, estarei contigo: jamais te abandonarei, nem te desampararei!”(Josué 1:5) BKJ

Ao salmista no momento em que escrevia o salmo em estudo: “O SENHOR está comigo, nada temerei! O que podem me fazer os homens?” (Salmo 118:6) BKJ

Não é que o crente em Cristo não necessite de nada, e sim, porque sempre tem consigo a presença e a ajuda de Deus.

O cristão crente em Jesus Cristo não teme qualquer rumor, mesmo que seja de guerras, porque o nosso Deus é o Deus dos Exércitos, que diz: "Cessai as batalhas! Sabei que "Eu Sou"  Deus! Serei exaltado entre todas as nações, serei louvado na terra! O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a nossa fortaleza!" " Salmo 46:10-11ª  BKJ

Esta marca do crente em Cristo é crer que, toda a sua realização está em Deus.

CONCLUSÃO

Estas são as marcas do verdadeiro crente em Cristo apresentadas neste texto:

I. O amor cristão que se manifesta em:

a. Zelo ardente na fé,

b. Amabilidade para com o afastado.

c. Amor Fraternal 

d. Hospitalidade

e. Cuidado com os encarcerados, e todos os que sofrem maus tratos

II. Família estruturada na santidade.

III. Confiança nas promessas de Deus, crendo na presença e proteção eterna de Deus.

IV. Coragem em todos os momentos.

• Porque sua segurança é o Senhor. (6)
• Porque Deus é o seu Ajudador. (6)

A preservação destas marcas para a Igreja Primitiva foi, para nós atualmente é, e para os cristãos de todos os tempos sempre será o antídoto que, tem e terá o poder de eliminar toda heresia que, sempre rondou a Igreja de Jesus Cristo.

Referências Bibliográficas

Barclay, William – Comentário do Novo Testamento – Hebreus; Tradução: Carlos Biagini – Ebook Internet

Bíblia King James Atualizada – Tradução orientada pela Sociedade Bíblica Ibero-Americana & Abba Press no Brasil, São Paulo, 1012

Pr. José das Graças Silva Oliveira