terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

“Voltar às ruas.”

Meu artigo n’O Globo: “Voltar às ruas.”

por Marco Villa

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O impeachment somente destampou a panela de pressão. Crise se agravará após as revelações das delações da Odebrecht.

Em Brasília são sempre 19 horas. Como na fatídica “Hora do Brasil”. Pontualmente — e com a monotonia habitual —, os locutores apresentam um relato diário das atividades dos Três Poderes. Falam de um Brasil imaginário. Tentam, com muito esforço, apresentar as atividades da demoníaca Praça dos Três Poderes. O Brasil pode estar vivendo uma guerra civil. Mas lá, em Brasília, tudo continua como se vivêssemos o melhor dos mundos.
Durante a semana que passou, os principais assuntos foram a designação de Alexandre de Moraes para a vaga do STF, as manobras para dificultar o andamento da Lava-Jato, a tentativa fracassada de (novamente) aprovar a anistia para os crimes eleitorais e as especulações em torno do nome do novo ministro da Justiça. A tragédia do Espírito Santo não sensibilizou a elite política. Foi tratada como algo irrelevante — ou de restrita importância. Afinal, qual vantagem poderia ser obtida? Isto poderia levar a algum ganho na estrutura de poder? Abriria possibilidade de um bom negócio?
Brasília ignorou o que estava ocorrendo no Espírito Santo. O medo, a fome, os saques, as mortes, os prejuízos do comércio. Tudo foi tratado com descaso, como se a inconstitucional greve dos policiais militares estivesse atrapalhando a rotina burocrática dos donos do poder. No Senado, o principal assunto foi a eleição de Edison Lobão para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, enquanto a Câmara continuou conspirando contra a Lava-Jato, e o Planalto passou a semana blindando Moreira Franco.
O descaso com os trágicos acontecimentos do Espírito Santo é o retrato cristalino da elite política brasileira. As lideranças partidárias silenciaram, como o fizeram os ministros das cortes superiores, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Excetuando o ministro da Defesa, o governo ignorou o drama dos capixabas. O Ministério da Justiça — pasta que deveria ter papel ativo na solução da crise — se omitiu. O ministro interino mal apareceu na imprensa para dar seu ar da graça. E, pior, o Palácio do Planalto silenciou. Só se pronunciou — e timidamente — uma semana após o início do motim da PM capixaba.
O sofrimento da população foi ignorado. Nenhuma liderança nacional foi dar apoio ao governador Paulo Hartung. Contudo, foram a São Paulo e São Bernardo do Campo prestar solidariedade a um criminoso, organizador do maior esquema de desvio de recursos públicos da história da humanidade, quando da morte da sua esposa. Pior, o Planalto decretou três dias de luto oficial. E os 140 mortos no Espírito Santo? Não merecem nenhuma consideração? Por quê?
Somos governados por uma elite perversa e hipócrita. Interesse público? Nenhum. Brasília, na sua eterna indiferença com os destinos do Brasil, a cada dia dá mostras de que a República que nasceu da Constituição de 1988 já deu o que tinha de dar — e deu pouco, para o povo, entenda-se.
O que chama a atenção é a crença dos donos do poder de que os brasileiros vão assistir passivamente ao velho jogo do é dando que se recebe. Como se a luta vitoriosa pelo impeachment tivesse esgotado a capacidade de mobilização. Ledo engano. No final de 2015, poucos imaginavam que, seis meses depois, Dilma Rousseff estaria fora da Presidência da República. E isto só ocorreu pela pressão popular.
Para o bloco do poder, o impeachment encerrou a crise política. Errado. O impeachment somente destampou a panela de pressão. A crise vai se agravar após as revelações das delações da Odebrecht. E mais ainda pela resistência organizada na Praça dos Três Poderes contra a Lava-Jato.
Não vai causar admiração quando as ruas retomarem o protagonismo que tiveram tão recentemente. Há um sentimento de que Brasília está da tal forma carcomida pela corrupção, que só é possível esperar algum novo golpe contra os interesses populares. Neste clima dificilmente serão aprovadas as reformas. E, se forem, deverão ter um alto custo político.
A questão central é que a velha ordem quer se manter a todo custo no poder. E tem milhares de apoiadores — sócios menores e maiores — que vivem à sombra do saque do Estado. Usam, paradoxalmente, do estado democrático de direito para se defender. Ou seja, a lei, ao invés de proteger o Estado e a cidadania, acabou se transformando em instrumento que garante e protege os corruptos.
O risco de a crise política se transformar em crise social é grande. As finanças estaduais estão exauridas. Os serviços públicos estão sucateados. O desemprego é alto. E a falta de rápida e severa punição dos crimes de corrupção acaba desmoralizando as instituições e estimulando o desprezo pela democracia.
No horizonte, nada indica que a elite política tenha consciência da real situação do país. A crise não frequenta os salões de Brasília. Lá a vida continua bela — como sempre. É necessário desatar o nó górdio. Mais uma vez, este será o papel das ruas. O simples protesto individual é inócuo. Foi uma grande vitória derrotar o projeto criminoso de poder. Mas é ainda insuficiente. As forças de conservação são poderosas. Espertamente — e não é a primeira vez ao longo da nossa história — pegaram carona na indignação popular para se manter no novo bloco de poder. E são elas os principais obstáculos para a plenitude republicana.
Hoje, a grande tarefa é derrotar politicamente a Praça dos Três Poderes. O Brasil é melhor do que o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. E esta tarefa é da sociedade civil. Não será fácil. Mas é indispensável.
Marco Antonio Villa é historiador
FonteMarco Villa | Fevereiro 14, 2017 às 3:59 pm | URL: http://wp.me/p3anHm-3o0

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

CORRUPÇÃO

A CORRUPÇÃO QUE ENVERGONHA O BRASIL POR SER A MAIOR DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
Estou postando um vídeo, e ele fala por si mesmo. Não há necessidade de longos comentários.
Como cantava a dupla sertaneja Tião Carreiro e Pardinho, "A coisa está feia" para todos os comparsas dessa corrupção desenfreada liderada pelos políticos brasileiros.
O que posso falar, é todos nós brasileiros de bem, sonhávamos com um tempo como o que estamos vivendo hoje.
Lá em Brasília estão fazendo todas as manobras, para destruírem as investigações da Lava Jato, para calar os juízes e todos os que estão procurando fazer uma justiça nunca praticada no país, e ainda estão projetando leis para calar as mídias e todos os meios que mostram as falcatruas e sujeiras praticadas pela classe política no país.
Mas, eles podem se espernear como quiserem. Se impedirem a justiça no Brasil, vários países vítimas da bandidagem brasileira já entraram na questão: Equador, Panamá, Venezuela, EUA e outros. Não haverá saída.
É pena que temos um STF onde todos os ministros que lá estão, foram colocados politicamente, e creio, para  blindar a classe política, e, inclusive, muitos deles filiados partidários, como o Fachin, e o agora nomeado substituto do Teori que, estava no avião que, de alguma maneira, foi derrubado, e até hoje não houve provas do que aconteceu realmente, como aconteceu no caso do Juscelino Kubtschek, Castelo Branco, Costa e Silva, Eduardo Campos, etc, etc.
A nossa esperança é que a justiça  brasileira (a que é do bem) se una, não se acovarde, e que faça o que precisa ser feito.
Muitos ladrões já estão presos, boa parte da fortuna roubada já está nos cofres públicos brasileiros, mas ainda há bilhões que esperamos que voltem para o lugar de onde não deviam ter saído.
Há uma delação muito densa em Brasília, agora nas mãos do Ministro petista Fachin, e envolve mais de uma centena de políticos e empresários de todo o Brasil.
É a oportunidade do STF mostrar ao Brasil que, cada um que está lá, é um brasileiro que, ama e respeita o seu país e os brasileiros, bem como a nossa Constituição que tem sido rasgada e enlameada por eles em muitas das principais decisões tomadas pelo STF desde o impeachment da D. Dilma até hoje. 
Acredito que, como eu, os brasileiros de Norte a Sul, Leste a Oeste, não confiamos neste STF que temos atualmente.
Será uma aberração e vergonha muito maior, nós brasileiros vermos daqui há algum tempo, a justiça internacional punindo brasileiros que, tenham sido anistiados aqui em nosso país.
Temos que ficar atentos, porque lá no Congresso Nacional, envolvendo Senado e Câmara Federal, estão costurando todos os tipos de maracutaias possíveis, para livrarem os corruptos da justiça. É só vermos o tipo de gente que eles estão colocando nas presidências destas casas.
A coisa lá é pintada com tanta sujeira que, se parar vários camburões na porta das duas casas políticas, eles vão ficar lotados como as penitenciárias do país, sem precisar mandar que entrem, e não restará quase ninguém para continuar os trabalhos do Congresso Nacional. Vamos ficar atentos. E aproveite para ver o vídeo abaixo:


Fonte: toda a mídia nacional dos últimos dias
Fonte do vídeo: https://youtu.be/84j9ElwjVxw

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

SAÚDE



DIAGNÓSTICO TARDIO DE CÂNCER DE MAMA PREOCUPA MASTOLOGISTAS

Segundo a SBM, o Brasil registra 58 mil casos de câncer de mama por ano

DIVULGAÇÃO


A mamografia, exame que detecta o câncer de mama, aliado ao exame clínico e ao autoexame são considerados elementos essenciais para a prevenção de novas mortes pela doença, disse hoje (5) o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Antônio Luiz Frasson. Neste domingo, é celebrado o Dia Nacional da Mamografia.

Segundo a SBM, o Brasil registra 58 mil casos de câncer de mama por ano e a maioria é detectada com lesões muito grandes. “Aproximadamente 50% dos casos são detectados com mais de 5 centímetros. Isso significa que existe um descaso com o problema”, informou Frasson. Outra dificuldade, segundo ele, é o acesso ao tratamento quando a mulher detecta um tumor.

O presidente da SBM disse que o retardo do diagnóstico preocupa a todos os mastologistas. Cada milímetro de tumor implica risco de mais ou menos 1% de que a doença se espalhe. Caso se detecte um tumor de 5 centímetros, o risco de que, no momento do diagnóstico, já exista metástese é muito alto.

Diagnóstico precoce

A importância do diagnóstico precoce, que é feito com exame clínico e que permite identificar lesões de 2 centímetros, é destacada pela Sociedade Brasileira de Mastologia. Com a mamografia, são identificadas lesões muitas vezes milimétricas. A SBM recomenda que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos, porque em muitas regiões do Brasil a incidência de câncer de mama em mulheres entre 40 e 50 anos não é pequena. Varia entre 20% e 40%, informou o especialista.

Antônio Luiz Frasson explicou que não é recomendada a mamografia antes dos 40 anos porque a mama é bastante densa nessa faixa etária, o que reduz a eficácia do exame. Para o grupo de mulheres com menos de 40 anos, a instituição procura orientar sobre os fatores de risco, em especial a história familiar. No grupo de mulheres com risco familiar, recomenda-se um acompanhamento a partir dos 20, ou no máximo, 25 anos.

“Nós orientamos muito sobre a questão dos fatores de risco, especialmente relacionados com a história familiar, porque quando existe um risco familiar é muito comum que os tumores apareçam antes dos 40 anos. Para essa população com menos de 40 anos e com histórico familiar, recomendamos ultrassom e ressonância de mama, que são exames mais sensíveis nessa faixa etária”, disse Frasson.

Ele confirmou que existe no Brasil a percepção de que um grande número de casos de tumor de mama está ocorrendo antes dos 40 anos. Para esse grupo de mulheres, a orientação é que quando façam revisão ginecológica, o próprio ginecologista avalie a mama e fique atento a qualquer queixa mamária. “Qualquer alteração na mama deve desencadear uma investigação”. Entre essas alterações, estão caroços nos seios; alergia nos mamilos; pele retraída; inchaço e sensação de calor; ferida nos seios; mudança na pele ao redor do mamilo; secreção pelo bico do seio. A própria mulher, no autoexame, deve estar atenta a esses sinais. “Ninguém melhor do que a própria mulher para perceber alterações precocemente”.

Peculiaridades

Antônio Luiz Frasson destacou que o país tem peculiaridades diferentes da Europa e dos Estados Unidos, onde as pessoas fazem muita avaliação. “Você pega tumores muito menores”. Vinte e cinco por cento dos tumores na Europa, por exemplo, não são palpáveis; são muito pequenos e descobertos por exames. No Brasil, isso não atinge 5% dos casos.

“Então, no Brasil, a gente recomenda muito o autoexame, porque a mulher conhecendo e estando acostumada com a avaliação da própria mama, frente a qualquer alteração ela pode perceber e investigar”. O autoexame deve ser feito após o período menstrual, quando a mama está menos inchada e mais suscetível a perceber qualquer alteração. Havendo qualquer mudança, a mulher deve procurar um médico para que a investigação seja feita.

Frasson reiterou que o problema do câncer de mama no Brasil é muito sério, porque além do retardo do diagnóstico, existe uma dificuldade no atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), onde as pessoas podem levar mais de seis meses para conseguir acesso. “Às vezes, a pessoa detecta o tumor, mas até conseguir uma consulta no posto de saúde e ser encaminhada a um hospital de referência para investigação, pode levar de seis meses a um ano. Esse processo tem que ser agilizado também”.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017