quinta-feira, 27 de março de 2014

CANTINHO DO CANTOR CRISTÃO

Tempo De Ser Santo

      (Holiness)
Letra: William Dunn Longstaff         
Trad. Salomão Luiz Ginsburg
Música: 
 George Coles Stebins


Tempo de ser santo, tu deves tomar,
Viver com Teu Mestre, Seu livro estudar,
Andar com Seu povo, e aos fracos valer,
As bençãos celestes de Deus sempre obter.

Tempo de ser puro, tu deves achar,
A sós sempre orando, com Cristo ficar,
Teus olhos bem fitos em Deus sempre ter,
Na tua conduta provar Seu poder.

Tempo de ser forte, tu deves buscar,
O Mestre seguindo por onde guiar;
No gozo ou tristeza sempre obedecer,
Da fonte divina jamais te esquecer.

Tempo de ser útil, tu deves guardar,
Mui calmo nas lutas, em Deus confiar;
Socorre os aflitos, repleto de amor, 

Os passos seguindo do teu Salvador.


Hoje vamos nos deliciar com a história do Hino Nº 176 do Cantor Cristão, que quanto mais antigo mais é amado pelos batistas e outros cristãos de várias denominações, que também o usam.
"Eu Sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque Eu Sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra. Eu Sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que Eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque Eu Sou santo!" Levítico 11:44-45
Mais tarde o apóstolo Pedro escreveu: "Porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo!" I Pedro 1:16
Foram os textos bíblicos que muito  impressionaram William Dunn Longstaff, nascido em 28 de janeiro de 1822, filho de um homem rico, dono de uma frota de navios.  
Longstaff ouviu uma mensagem bíblica baseada nos versículos bíblicos acima, e algum tempo depois, numa reunião em Keswick, Inglaterra, voltou a ouvir estes mesmos versículos em outro sermão. O pregador havia citado que ouvira um sermão numa conferência missionária na China, tendo como base estes textos bíblicos.
Com esta mensagem em mente, Longstaff foi para casa e à noite escreveu a letra de um hino contemplando a mesma mensagem. Hino cuja primeira publicação ocorreu em 1882.
Longstaff era herdeiro e possuidor de uma grande fortuna e como bom servo de Deus apoiou financeiramente a igreja em suas várias áreas de trabalho.
Era amigo e cooperador na área de música, do grande missionário D.L.Moody, Ira Sankey e William Booth, do Exército de Salvação.
Longstaff morreu no dia 2 de abril de 1894.
Em 1890, na Índia, George Coles Stebbins, músico batista, dirigia a música numa série de Conferências realizada pelo Dr. George Pentecost e o Bispo Thoburn, quando lembrou-se do poema escrito pelo Dr.  Longstaff, quando, sentando-ao ao harmônio, compôs a música com a qual até hoje todos cantamos este belo hino.
Há informações que no Cantor Cristão temos 29 hinos com melodias escritas   por Stebbins e entoadas nas Igrejas Batistas da América do Norte, entre os quais podemos destacar os belos hinos 7, 75, 175, 201 e 370.
Quando faltavam quatro meses para Stebbins completar 100 anos de idade, ele faleceu em 6 de outubro de 1945.
Stebbins nasceu durante a Guerra entre os Estados Unidos e México, viveu durante a Guerra Civil, Guerra Américo-Hispana e a Primeira Guerra Mundial. durante a sua vida houve cinco guerras ao todo.
A vida de Stebbins é uma prova do que a Bíblia diz, que em todas as circunstâncias o servo de Deus é possuído pela paz de Cristo, esta paz que o mundo não oferece, pois, em tempos de guerra ele escreveu hinos de paz.
O missionário Salomão Luiz Ginsburg com pequenas alterações, principalmente na primeira linha de cada estrofe, mas conservando o conteúdo da mensagem, traduziu este belo hino. Longstaff escreveu o hino, iniciando cada estrofe com com a mesma frase "Tempo de ser santo", enquanto na tradução Ginsburg  iniciou as estrofes com: "Tempo de ser santo", "Tempo de ser puro", "Tempo de ser forte" e "Tempo de ser útil", mas todo o restante da mensagem é fiel ao escritor original.
Não somente gosto do Cantor Cristão, eu  o amo, porque ele contém os hinos com mensagens compatíveis com todos os temas que tiramos da Bíblia, para pregação e Estudos Bíblicos. Gosto e admiro uma mensagem verdadeiramente bíblica, sendo pregada e acompanhada com uma mensagem cantada, com o mesmo teor da mensagem pregada. É o Cantor Cristão que nos possibilita esta bênção, tornando o culto edificante, com mensagem pregada e cantada, que podem levar pecadores à salvação e os crentes à reflexão.

Fonte escrita: Se os Hinos Falassem
Fonte do vídeo: Youtube Vídeo 01/07/2013 - Vídeo enviado pelo Pr. Bruno César
Obs.: Não consta o nome do Conjunto Coral

sexta-feira, 21 de março de 2014

BÍBLIA: UMA DINAMITE ESPIRITUAL

O PODER DA MENSAGEM DA PALAVRA DE DEUS
Texto Bíblico: João 17:20-26
Hinos: 381, 462
Jesus ora ao Pai pelos cristãos
20 Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles.
21 Para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste.
22 Eu lhes tenho transferido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos:
23 Eu neles e Tu em mim, afim de que seja aperfeiçoados na unidade, para que o mundo creia que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
24 Pai, Eu desejo que os que me deste estejam comigo onde Eu estou e contemplem a minha glória, a glória que me outorgaste porque me amaste antes da criação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te tem conhecido; Eu, porém, te conhecí, assim como estes entenderam que Tu me enviaste.
26 Eu lhes dei a conhecer o Teu Nome e ainda continuarei a revelá-lo, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e Eu neles esteja!”
INTRODUÇÃO
Neste texto Jesus Cristo ora em favor da comunidade inteira da igreja cristã, daqueles dias até a Sua Segunda Vinda.
Gradualmente, a oração de Jesus, como aparece aqui, dirige-se até os limites do espaço e do tempo.
Jesus, de forma sistemática e gradual:
-Diante da dor da cruz que se aproximava, orou por Ele mesmo!
-Diante das perseguições e tentações, orou pelos discípulos, para que Deus lhes guardasse pelo Seu poder.
-Esperando milhões de conversões futuras, ora pelos que em futuro remoto ingrressariam na fé cristã, entre os quais estamos nós.
Tudo o que Jesus pede em oração, tem como alicerce o poder da mensagem da Palavra de Deus.
1. A PALAVRA DE DEUS TEM PODER PARA LEVAR O HOMEM A CRER EM CRISTO. (20)
A palavra tanto citada por Cristo neste texto, a esta altura não é somente a escrita em papel, mas, também a escrita na vida dos crentes, que chamamos de testemunho cristão.
Jesus está se referindo ao testemunho pessoal de comunhão dentro da igreja, revelando comunhão com Deus, e tornando-se como uma ferramenta poderosa para os homens crerem em Jesus.
O Evangelho de João deixa bem claro que, Quem salva a todos os que crerem, é Jesus Cristo. (3:16)
Para crer em Cristo, o pecador precisa ouvir a Palavra de Cristo:
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida!” João 5:24
Para o pecador ouvir a palavra de Cristo, o Evangelho que salva, a ferramenta que Deus usa para levá-lo, é o crente salvo.
“Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?!” Rom. 10:13-14
Neste último texto o apóstolo Paulo reúne os quatro elementos que Deus usa para a salvação do pecador:
-Jesus Cristo é quem salva. (13)
-Para ser salvo o pecador precisa ouvir a pregação do Evangelho. (14)
-Depois de ouvir, o pecador precisa crer em Cristo e  no Evangelho. (Jo. 5:24)
-Para o pecador ouvir e crer, é preciso que o crente salvo,  pregue o Evangelho! (14)
O poder da mensagem da Palavra de Deus está na conjunção desses quatro elementos.
Jesus deixa bem claro, que os Seus verdadeiros seguidores de todos os séculos, são aqueles que creram mediante a pregação da Palavra de Deus.
Deus não tem qualquer outro projeto com o poder de salvar e transformar o pecador. E depois de salvo?
2. A PALAVRA DE DEUS TEM PODER PARA LEVAR OS CRENTES A VIVEREM EM AMOR. (26)
A Igreja é um grande composto de diversidades:
-Em sexo: Homens e mulheres
-Em faixas etárias: Crianças, adolescentes, jovens e adultos
-No aspecto Social: Ricos e pobres
-Na cultura educacional: Crentes letrados e menos letrados
-Na Cultura Regional: Crentes oriundos de muitos  Estados.
-No estado civil: Solteiros, casados, divorciados, viuvos.
E, o mais profundo de tudo isso é que cada pessoa é um universo desconhecido e diferente.
A única coisa que dentro de um universo tão grande de diversidades pode orientar a convivência de amor, é a Palavra de Deus.
Neste mundo cheio de maldade e violência o amor vivido entre os membros da igreja, reflete a obra salvadora sobrenatural de Deus.
A grande manifestação do amor vivido pela Igreja, é definida no texto como  unidade e comunhão.
Não há amor onde não haja unidade e comunhão, e não há unidade e comunhão onde não haja amor.
A Palavra de Deus é a base da autoridade do pregador, da segurança dos servos de Deus e da existência da Igreja.
Todo o testemunho da igreja, a sua disciplina e trabalho tem a sua origem e poder no Pai que por amor deu ao Filho, e que o Filho deu aos seus servos, as palavras da verdade e vida.
Denominações inteiras com igrejas grandes tem falhado no testemunho do amor.
Muitas igrejas de uma mesma denominação, são criadas mediante discórdias e ódios, luta pelo poder, luta pelas posições de liderança ou de controle, negando assim, para todos, que ali haja a unidade e comunhão que caracterizam uma igreja cristã.
É isso o que tem feito de muitas igrejas, “péssimos clubes sociais”, sem a presença do Espírito Santo de Deus.
Estou dizendo “péssimos clubes sociais”, porque não oferecem o que a Bíblia determina como conteúdo bíblico para uma igreja, e como clubes sociais, também, não oferecem o que o mundo determina para um clube social.
Jesus apresenta a unidade cristã como fundamental “...para que o mundo creia em Cristo!” (21b)
Só haverá unidade e comunhão, onde houver amor! Onde houver amor, é impossível haver divisões!
Jesus faz da comunhão cristã uma ferramenta evangelística.
Viver em amor é viver em unidade, em comunhão,  harmonia, com propósitos comuns e elevados, cada um cuidando dos demais e buscando o bem comum de todos.
A maior expressão de poder ético, o poder que governa a vida e leva o indivíduo a ser uma reprodução de Cristo na terra, é o poder do amor.
É o amor que leva o homem a dispor-se a fazer tudo o que é direito e bom, odiando o mal, porquanto o amor jamais busca o mal para o próximo.
O maior testemunho do crente buscando a salvação do pecador, é a prática do amor.
Neste mundo de crueldade o amor vivido pelos crentes é a maior manifestação do poder da Palavra de Deus. É bom refletir nesta verdade.
3. A PALAVRA DE DEUS TEM PODER PARA LEVAR OS CRENTES A VIVEREM EM COMUNHÃO. (21,22,23)
Jesus orou  pelos  futuros crentes, para que todos fossem um, como Ele e o Deus Pai são Um.
A comunhão pela qual Jesus orava, tratava-se de comunhão que se expressaria  em relações pessoais em duas frentes:
3.1 – Comunhão do crente com Deus. (21,23)
Essa comunhão expressar-se-ia em amor e obediência.
Toda a missão de Jesus Cristo tinha como base: Suas obras, Suas palavras,  Seu poder, e toda a sua essência, tudo submisso e obediente aos propósitos do Deus Pai.
Os homens reconheceriam sua relação especial com Deus através da comunhão de  propósitos entre Ele e o Deus Pai.
Nossa glória aparece quando os homens vêem o reflexo de Deus em nossas palavras, atitudes e propósitos.
A glória do crente se vê somente quando os homens vêem no serviço que lhes oferecemos, nada menos que o reflexo do amor de Deus.
Tal como acontece com Cristo, nossa glória se manifesta quando os homens vêem  Deus em nós.
A comunhão com Deus é uma das formas de relações pessoais do crente!
3.2 – Comunhão na Igreja. (21ª, 22)
Como em nossos dias, ficando sujeitos à tentação, muitos  seguidores de Cristo se apostatariam da fé, cairiam da fé, e retornariam ao mundo, por isso a unidade preservada, seria a garantia da segurança eterna dos salvos.
Essa comunhão Jesus a identifica tanto como comunhão, quanto como unidade dentro da igreja.
A unidade buscada por Jesus aqui é  ter os mesmos:
-Padrões morais,
-Alvos,
-Propósitos,
-Determinação de serviço, 
-Amor,
-Espírito cristão dentro da igreja.
A Comunhão cristã da Igreja falada por Cristo no texto, abrange várias áreas do relacionamento:
-União na família de Deus, união entre os crentes.
-Companheirismo!
-Respeito mútuo!
-Harmonia!
A comunhão cristã na igreja é violada quando os homens amam as suas próprias organizações eclesiásticas, seus próprios credos, seu próprio ritual, mais do que  ao seu irmão.
Essa comunhão é violada, especialmente, quando colocamos as nossas preferências em primeiro lugar e não valorizamos a presença e lugar do nosso irmão, que tem os mesmos direitos e deveres dentro do corpo de Cristo, que é a Sua Igreja.
Os diversos grupos cristãos nunca  organizarão as suas Igrejas do mesmo modo. Nunca terão a mesma forma de adorar e louvar a Deus. Nunca acontecerá que todos creiam exatamente as mesmas coisas, mesmo dentro da mesma igreja com a mesma doutrina, fé e ordem.
Porém, a comunhão cristã dentro da igreja deve transcender a todas estas diferenças e unir os seus membros através do amor.
Só o amor que Deus implanta nos corações dos homens através do Espírito Santo, pode derrubar as barreiras que os homens ergueram entre si e entre suas Igrejas.
Jesus Cristo afirmou que, era essa comunhão  que convenceria o mundo da verdade  cristã e do lugar de Cristo em nossas vidas.
Jesus deixa claro que só haverá a perfeita comunhão cristã, se Ele estiver em nós. (20)
É essa comunhão que proporcionará ao mundo, crer em Cristo como Plano de Deus para a salvação e crer que os crentes são amados de Deus. (23)
Este é um dos aspectos mais brilhantes do poder da mensagem da Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
Esta passagem deveria ser-nos uma das mais valiosas em toda a Bíblia, porque ela é singular, pois, , nela, há mais de 2000 anos Jesus orou por nós .
Neste texto bíblico podemos aprender algumas verdades ensinadas por Jesus Cristo:
A desunião dos cristãos e das Igrejas, impede  o mundo de perceber o valor supremo da fé cristã.
Nosso dever individual é demonstrar o amor para com nosso próximo que é a resposta à oração de Cristo.
Depois desta oração Jesus iria diretamente à traição, ao juízo e à cruz. Não voltaria a falar com seus discípulos.
É algo maravilhoso e precioso lembrar que antes destas horas tremendas suas últimas palavras não foram de desespero, e sim de glória, que, inclusive, incluiria a cruz.
Se a comunhão dentro da igreja for perfeita, gerando amor, alegria e paz, o mundo verá que Jesus Cristo operou uma obra poderosa dentro dela. E desta maneira, muitos a procurarão, também, desejando ser membros.
O amor é o princípio que explica por qual motivo o Pai enviou seu Filho, a fim de salvar e  libertar do pecado o homem perdido. (3:16)
O amor é o  mandamento áureo, que deve governar todos os pensamentos,  todas as palavras, ações e atitudes da igreja cristã, nas relações com Deus,  entre eles dentro do corpo, e entre eles e o próximo de um modo geral. (13:34-35)
O amor cria acesso do pecador à Palavra de Deus, que o leva a crer, ser salvo, viver em comunhão: com Deus, com a Sua Igreja, e com o próximo de modo geral.

APELO
Reflita sobre a sua situação! Estude a Palavra de Deus, a Bíblia, e assim, você terá todos os esclarecimentos sobre o que Deus espera de sua vida.

Pr. José das Graças Silva Oliveira






sexta-feira, 14 de março de 2014

REFLEXÃO

Recuperando o Evangelho

Paul Washer05 de Março de 2014 - Jesus Cristo
O evangelho de Jesus Cristo é o maior de todos os tesouros dados à igreja e ao cristão como indivíduo. Não é uma mensagem entre muitas, mas mensagem acima de todas as outras. É o poder de Deus para a salvação e a maior revelação da multiforme sabedoria de Deus aos homens e aos anjos. É por essa razão que o apóstolo Paulo deu primazia ao evangelho em sua pregação, esforçando-se com tudo que tinha para proclamá-lo com clareza, pronunciando até mesmo uma maldição sobre todos que pervertessem sua verdade.
Cada geração de cristãos, pelo poder do Espírito Santo, é responsável pela mensagem do evangelho. Deus nos chama a guardar este tesouro que nos foi confiado. Se quisermos ser fiéis mordomos, teremos de estar absorvidos no estudo do evangelho, tomando grande cuidado para compreender as suas verdades, comprometendo-nos a guardar o seu conteúdo. Ao fazê-lo, garantimos nossa salvação, bem como a salvação daqueles que nos ouvem.
Como sabemos comumente, a palavra Evangelho vem do vocábulo grego euangélion, que é traduzida como “boas novas”. Num sentido, toda página da Escritura contém o evangelho, mas em outro sentido, ele se refere a uma mensagem muito específica — a salvação realizada para um povo caído, por meio da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Conforme o bom prazer do Pai, o Filho eterno, que é um com o Pai e a exata representação de sua natureza, deixou voluntariamente a glória do céu, foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem, e nasceu o homem-Deus: Jesus de Nazaré. Como homem, ele andou sobre a terra em perfeita obediência à lei de Deus. Na plenitude do tempo, os homens rejeitaram-no e o crucificaram. Sobre a cruz, ele carregou o pecado do homem, sofreu a ira de Deus, e morreu no lugar do homem. Ao terceiro dia, Deus o ressuscitou da morte. Esta ressurreição é a declaração divina de que o Pai aceitou a morte de seu Filho como sacrifício pelo pecado. Jesus pagou a penalidade pela desobediência do homem, satisfez as demandas da justiça e aplacou a ira de Deus. Quarenta dias após a ressurreição, o Filho de Deus ascendeu ao céu e se assentou à destra do Pai, e foi-lhe dada glória honra, e domínio sobre todas as coisas. Ali, na presença de Deus, ele representa seu povo e intercede junto a Deus em seu favor. Deus perdoará plenamente a todos quantos reconhecem seu estado de pecado e incapacidade, e se lançam sobre Cristo, sendo por ele declarados justos e reconciliados a ele. Este é o evangelho de Deus e de Jesus Cristo, seu Filho.
Um dos maiores crimes cometidos pela presente geração de cristãos é a negligência do evangelho, e é devido a essa negligência que nascem todos os nossos outros males. O mundo perdido não é tão endurecido quanto é ignorante do evangelho, porque muitos que proclamam sua mensagem também ignoram suas verdades mais básicas. Os temas essenciais que compõem o próprio cerne do evangelho — justiça de Deus, depravação total do homem, expiação pelo sangue, a natureza da verdadeira conversão, e a base bíblica para a segurança da salvação — estão demasiadamente ausentes dos púlpitos atuais. As igrejas reduzem a mensagem do evangelho a algumas declarações do credo, ensinam que a conversão é apenas uma decisão humana e pronunciam a segurança da salvação para qualquer um que tenha feito a “oração do pecador”.
O resultado desse reducionismo evangélico tem sido de longo alcance. Primeiro, endurece ainda mais o coração dos não convertidos. Poucos “convertidos” dos dias modernos entram na comunhão da igreja, e os que o fazem, muitas vezes, se desviam ou têm as vidas marcadas pela carnalidade habitual. Milhões sem conta andam por nossas ruas e se assentam, não transformados pelo verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. No entanto, estão convencidos de sua salvação, porque em dado momento de sua vida levantaram a mão em uma campanha evangelística ou repetiram uma oração aceitando Jesus. Esse falso senso de segurança cria uma grande barreira que, frequentemente, isola estes indivíduos de ouvir o verdadeiro evangelho.
Em segundo lugar, tal evangelho deforma a igreja, fazendo com que, em vez de ser um corpo espiritual de crentes regenerados, seja um ajuntamento de homens carnais, que professam conhecer a Deus, mas o negam por suas obras. Com a pregação do verdadeiro evangelho, os homens chegam à igreja, sem o entretenimento evangélico, atividades especiais ou promessas de benefícios além daqueles realmente oferecidos pelo evangelho. Aqueles que vêm o fazem porque desejam a Cristo e tem fome da verdade bíblica, adoração de coração e oportunidades de servir. Quando a igreja proclama um evangelho menor que isso, ela se enche de homens carnais, que compartilham pouco interesse pelas coisas de Deus. Manter tais pessoas é um fardo pesado para a igreja. A igreja então diminui o nível das demandas radicais do evangelho para uma moralidade conveniente, e a verdadeira dedicação a Cristo cede a atividades projetadas para suprir as necessidades sentidas pelos seus membros. A igreja torna-se dirigida por atividades ao invés de ser centrada em Cristo, e cuidadosamente filtra ou faz novo pacote da verdade, a fim de não ofender a maioria carnal. A igreja deixa de lado as grandes verdades da Escritura e do cristianismo ortodoxo, e o pragmatismo (ou seja, aquilo que mantém a igreja em movimento e crescimento) se torna a regra do dia.
Em terceiro lugar, um evangelho desse tipo reduz o evangelismo a pouco mais que um esforço humanista dirigido por estratégias de marketing sagazes, baseadas nas últimas tendências da cultura. Após anos testemunhando a impotência de um evangelho não bíblico, muitos evangélicos parecem convencidos de que ele não vai dar certo, e que o homem de alguma maneira tornou-se um ser complexo demais para ser salvo e transformado por mensagem tão simples e escandalosa. Hoje em dia há maior ênfase em entender nossa cultura decaída e seus modismos do que compreender e proclamar a única mensagem que tem o poder de salvá-la. Como resultado, o evangelho é constantemente reapresentado, de forma a caber na caixinha do que a cultura contemporânea considera mais relevante. Esquecemos que o verdadeiro evangelho sempre é relevante a toda cultura porque é a palavra eterna de Deus para todo homem.
Em quarto lugar, um evangelho assim traz repreensão ao nome de Deus. Uma proclamação diluída do evangelho faz com que os carnais e não convertidos entrem na comunhão da igreja, e pela negligência quase que total do que seja uma igreja bíblica, é permitido que eles permaneçam sem correção ou repreensão. Isso mancha a pureza e reputação da igreja e é blasfêmia ao nome de Deus entre os incrédulos. No final, Deus não é glorificado, a igreja não é edificada, os membros não convertidos na igreja não são salvos, e a igreja tem pouco ou nenhum testemunho ao mundo descrente.
Não fica bem a nós, ministros ou leigos, estarmos tão próximos, vendo “o glorioso evangelho de nosso bendito Deus” substituído por um evangelho de menor glória, e não fazermos nada sobre isso. Como mordomos desta verdade, temos o dever de recuperar o único evangelho verdadeiro e proclamá-lo com ousadia e clareza a todos. Faríamos bem em atender as palavras de Charles Haddon Spurgeon:
Nestes dias, sinto-me impelido a voltar repetidamente às verdades elementares do evangelho. Em tempos de paz, talvez sintamos liberdade de fazer excursões aos interessantes distritos da verdade que se encontram em campos distantes; mas agora precisamos manter-nos em casa, guardando os corações e lares da igreja, defendendo os primeiros princípios da fé. Na era presente, tem surgido na própria igreja, homens que falam coisas perversas. Há muitos que nos perturbam com suas filosofias e novas interpretações, com as quais negam as doutrinas que professam ensinar, solapando a fé que têm compromisso de manter. É bom que alguns de nós, que sabemos no que cremos, e não forjamos significados secretos para nossas palavras, simplesmente batamos o pé e nos recusemos a tanto, apresentando a palavra da vida, e declarando claramente as verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo.
Fonte: Trecho do Livro “Chamado ao Evangelho e a Verdadeira Conversão”, do autor Paul Washer, lançamento da Editora Fiel de março.
Hits: 3084