segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

SAÚDE: Hanseníase

Hanseníase: saiba quais são os sintomas e tratamentos da doença

Em Goiás foram registrados 1.342 casos em 2017
Foto: Divulgação
Este domingo, 27, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde como o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase. O tema deste ano são as incapacidades físicas causadas pela doença, que coloca o Brasil na segunda posição do mundo, entre os países que mais registram novos casos da enfermidade.
A médica dermatologista, Paula Azevedo Costa, explica que a doença, considerada a mais antiga da humanidade. não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada.

“Os principais sintomas são manchas na pele que podem ser únicas ou várias e de diferentes formas e tonalidades, sendo claras ou avermelhadas e essas manchas podem provocar também alterações de sensibilidade ao frio, calor e toque”, afirma.
Outros sintomas comuns são formigamento, sensação de choque, dormência e queimaduras nas mãos e pés pela perda da sensibilidade, além de falta de força e problemas nos olhos.
A hanseníase é uma doença infecciosa, causada por um bacilo que acomete a pele e os nervos. A forma de contágio ocorre pelas vias aéreas superiores (ao falar, tossir ou espirrar), por pessoas doentes que não estejam em tratamento.
Foi por acaso que a designer de interiores, Cristiane Valim descobriu que estava com hanseníase. Ao fazer um procedimento estético no rosto, o dermatologista desconfiou de uma mancha próxima ao olho. Cristiane ficou surpresa quando o médico pediu uma biópsia. Segundo ela, na hora levou um susto porque, até então, não tinha percebido nada de diferente.
“Senti vergonha quando o médico disse que era hanseníase. As pessoas ainda têm muito preconceito com essa doença, infelizmente. Também fiquei bem preocupada porque na minha família duas pessoas tiveram hanseníase e ficaram com sequelas”, conta.
Como Cristiane descobriu a doença no estágio inicial, o tratamento foi tranquilo e ela foi curada sem nenhuma sequela.
Quando não diagnosticada e tratada precocemente, a hanseníase evolui para incapacidade física, principal responsável pelo preconceito e discriminação às pessoas acometidas pela doença, que tem cura.
Os medicamentos são gratuitos e estão disponíveis na rede SUS. O tratamento varia de seis meses a um ano, dependendo da quantidade de bacilos e lesões.
Goiás
Em Goiás, a hanseníase apresenta redução gradativa do número de casos novos. Mesmo assim, nos últimos anos, são detectados cerca de 1.400 registros por ano. Em 2016, a estatística foi de 1.320 casos notificados. Em 2017, foram 1.342 casos novos e, em 2018, os dados parciais 1.321 notificações. Porém, os dados representam 20,4/100 mil habitantes no coeficiente de detecção, índice considerado alto segundo os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Prevenção
Magna Carvalho, gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) explica que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são as principais formas de prevenir as deficiências e incapacidades físicas causadas pela hanseníase.
Para a prevenção de incapacidades físicas destacam-se ações fundamentais como: educação em saúde, diagnóstico precoce, tratamento regular com a poliquimioterapia, vigilância dos contatos, detecção precoce e tratamento das reações e neurites, apoio emocional e psicológico, e ainda integração social e realização do autocuidado.
O atendimento aos portadores de hanseníase em Goiás tem como porta de entrada a atenção primária, a partir das Unidades Básicas de Saúde. Os casos com suspeita de recidiva, menores de 15 anos, reações de difícil controle e outras complicações deverão ser encaminhados às unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica.
Fonte: https://www.jornalopcao.com.br