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sexta-feira, 18 de abril de 2014

ESTUDO BÍBLICO: "SEMANA SANTA"

O REINO DE CRISTO
Texto Bíblico: João 18:28-40
28 Então os judeus levaram Jesus da casa de Caifás para o Pretório. E já estava amanhecendo. Mas eles não entraram no Pretório, para evitar a contaminação cerimonial, pois desejavam comer a Páscoa.
29 Assim, Pilatos saiu para falar com eles e perguntou-lhes: “Que acusação trazeis contra este homem?”
30 Responderam-lhe: “Se Ele não fosse um malfeitor, não o teríamos entregado a ti!”
31 Entretanto, replicou-lhes Pilatos: “Levai-o vós mesmos, e julgai-o conforme à vossa Lei!” Ao que lhe contestaram os judeus: “Mas nós não somos autorizados à matar ninguém!”
32 Isso ocorreu para que se cumprisse as palavras que Jesus havia dito, revelando o tipo de morte que estava para  sofrer.
33 Então Pilatos entrou novamente no Pretório, chamou a Jesus e interrogou-Lhe: “És tú o rei dos judeus?!”
34 Jesus lhe respondeu: “Esta questão é tua, ou outros te falaram a meu respeito?”
35 Replicou-lhe Pilatos: “Porventura sou judeu? A tua própria gente e os chefes dos sacerdotes é que te entregaram a mim. O que fizeste?”
36 Ao que lhe afirmou Jesus: “Meu Reino não é deste mundo. Se fosse, meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas, agora, meu Reino não é daqui!””
37 Contudo, Pilatos lhe inquiriu: “Então, tu és rei?” Ao que lhe respondeu Jesus: “Tu dizes acertadamente que sou Rei. Por esta causa Eu nascí, e por isto vim ao mundo: Para dar testemunho da verdade. Todos os que pertencem à verdade ouvem a minha voz!”
38 Então Pilatos questionou a Jesus: “Que é a verdade?” E assim que disse isso, saiu de novo para onde estavam reunidos os judeus, e disse-lhes: “Não encontrei qualquer falta neste homem.
39 Entretanto, sei que é tradição, entre vós, que devo dar liberdade a um prisioneiro por ocasião da Páscoa. Sendo assim, quereis que eu vos liberte o rei dos judeus?”
40 Então, os judeus exclamaram, outra vez, dizendo: “Não! Esse homem não, mas sim a Barrabás!” Ora, Barrabás era um conhecido bandido!
INTRODUÇÃO
Estamos na semana chamada pelos católicos de “Semana Santa” e nela comemora-se o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Tenho 62 anos de idade e ainda não descobri se há para Deus alguma semana, que não seja santa.
Aqui está um texto bíblico que narra alguns acontecimentos da última semana de Jesus Cristo na terra. Vamos examinar alguns vocábulos e fatos registrados no texto bíblico:
Quando em acampamento militar, o  Pretório era o quartel-general de Pilatos. Em nosso texto era  uma de suas  residências (33)
Herodes era o rei,  Pilatos era o governador, César era o imperador romano cujo nome era Tibério. Naquele momento  estes três dominavam o povo de Deus.
César, Herodes e Pilatos eram o poder romano em ação, líderes de reinos deste mundo.
Neste texto, contrastando, Jesus esclarece sobre o Reino de Cristo:
1. O REINO DE CRISTO NÃO É  DESTE MUNDO (36)
1.1 – Não é Reino Político! (36)
Os judeus usaram os políticos e todos os  tipos de chantagens para conseguirem os seus objetivos.
O apóstolo João registra até uma chantagem psicológica dos judeus contra Pilatos, dizendo: “...Se soltas a  Este, não és amigo do Imperador César! Todo aquele que se faz rei é contra César!” (19:12)
Jesus, também,  estava face a face com o governador romano, mas não fez-lhe qualquer pedido de clemência ou favor.
Se o Reino de Jesus Cristo fosse político, Ele poderia usar até mesmo os seus seguidores, para impedirem a Sua prisão, crucificação e morte, mas não foi isso que Ele fez.
Ele poderia ter  convocado o auxílio de  milhares de anjos, para libertá-Lo da horrível cena, mas, Ele continuou submetendo-Se à morte na cruz, por amor a você e a mim. (36)
A fim de conseguir a morte de Jesus os judeus negaram cada um dos seus princípios.
O mais surpreendente que disseram nesse dia foi: "Nosso único rei é César."  Assim, os judeus afirmaram que o seu reino era político!
O profeta Samuel havia dito ao mesmo povo, que seu único rei era Deus. (I Samuel 12:12).
Jesus afirmou que o seu Reino não é um reino político como o dos judeus que o perseguiam.
1.2 O Reino de Cristo não é Reino com atitudes incoerentes.
  • Os judeus estavam realizando a principal celebração  religiosa deles de todos os tempos: A Páscoa! (28)
  • O principal elemento da Páscoa era o Cordeiro Pascal, que teria que ser sem defeito algum, e  era comido após o pôr-do-sol. Comia  quem fosse considerado cerimonialmente puro? (28)
  • Que pureza era essa, se durante a mesma festa, mentiram e assassinaram O Justo Jesus.
  • Nesta celebração da Páscoa condenaram a Jesus Cristo e o levaram à crucificação. (29-40)
  • João considera incoerente esse zelo dos judeus, contrastando com o que eles fizeram com Jesus Cristo.

Outra observação: Se a religião judaica fosse justa e coerente,  teria condenado a Jesus Cristo por apedrejamento, tendo como motivo  blasfêmia. (Lev. 20:27 João 19:7)
Em  seus ensinos, Jesus havia dito que estes judeus “Eram guias cegos, que coavam um mosquito e engoliam um camelo! Que a religião deles era só exterior, como um  sepulcro bem pintado, bonito e belo, mas tendo como conteúdo corpo morto, apodrecido e mau cheiro!” Mat. 23:24,27
O Reino de Cristo cuida do exterior e interior do homem, renovando tudo.
Como disse Paulo: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo!” II Cor. 5:17  
E Jesus foi mais profundo ainda ao dizer: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus!” João 3:3-5
O Reino de Jesus Cristo não é deste mundo, porque é espiritual que cuida do todo do ser humano.
2. O REINO DE CRISTO É O REINO QUE TEM COMO FORÇA A VERDADE (37-38)
Os judeus para conseguirem o que queriam, mentiram e foram desonestos até mesmo com as mais profundas convicções que tiveram em toda a sua existência.
Pilatos sabia que as acusações dos judeus eram uma série de mentiras e que Jesus era absolutamente inocente, mas não usou a verdade em suas atitudes para com Jesus:
  • Buscou libertar Jesus, dizendo que, sempre se dava a liberdade a um criminoso para páscoa.
  • Buscou ficar em paz com os judeus ao açoitar a Jesus, mesmo sabendo da inocência dEle.
  • Negou usar o seu poder,  dizendo aos judeus que, não tinha nada a ver com suas maquinações más.

Vejamos que atitude covarde de  Pilatos: “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste; fique o caso convosco!” Mat. 27:24
Se estava consciente da inocência de Jesus, porque não usou a verdade?
Nesse Evangelho de João, Jesus deixa bem claro o que é a verdade.
Russell Norman Champlin, autor de um Comentário de toda a Bíblia, neste fato classificou a verdade de Jesus como:
  • A verdade de Deus, como Deus é, o que os homens podem saber a respeito dele. (1:1-14 e 14:7-10)
  • A verdade do Salvador, que veio em socorro aos homens, e como Ele pode conceder aos homens a vida eterna! (3:15-16 e 14:6)
  • A verdade do destino humano: Para quem crer em Jesus a salvação eterna, e para    quem O rejeita a condenação eterna.

“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condená-lo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. Quem nele crer, não é condenado, mas quem não crer, já está condenado, porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus!” (3:17-18)
Jesus era a verdade em Pessoa e o Seu Reino é alicerçado nela. (14:6)
Jesus deixa bem claro que, conhecer a verdade e praticá-la, é sinal de que alguém pertença ao Seu Reino. (37)
3. O REINO DE CRISTO É O REINO QUE TEM COMO FORÇA O AMOR. (3:16)
Jesus perdeu a Sua popularidade,  foi condenado e crucificado, porque foi totalmente desinteressado pelos assuntos políticos.
Os judeus muitas vezes quiseram fazê-Lo o seu rei, mas a  missão de Cristo e Sua mensagem eram puramente espirituais.
A Lei judaica era maldosa e violenta, exigindo dos seus infratores o tipo de morte mais cruel: Apedrejamento!
A Lei Romana de igual forma,  e só os romanos poderiam executá-la exigia este tipo de morte muito cruel: A Crucificação.
No Reino de Cristo não havia lugar para o uso da crueldade.
Os judeus fizeram várias acusações contra Jesus a Pilatos, que os evangelistas registraram:
  • Que Jesus era um embusteiro = mentiroso; blasfemador; um elemento  danoso, nocivo, corrupto e degradante
  • Que Jesus proibía os judeus de pagarem impostos a César, que pervertia a nação inteira, ou seja, que era um ativista político, um subversivo.
  • De blasfêmia e de ser um malfeitor. (19:7,12)

Os judeus e as suas autoridades ficaram desmascaradas e envergonhadas, pois, o próprio Pilatos testemunhou que, “não achou em Jesus crime algum!” (38)
Jesus era o homem do amor e  suavidade, que não queria saber da força mundana.
A maior demonstração dessa verdade foi Jesus sofrer todas as acusações contra Ele, sem revidar aos judeus e as suas autoridades.
Outra evidência: Os seus servos e seguidores não pelejaram para evitar a sua prisão e crucificação. (36)
Quando Pedro, com uma espada decepou a orelha de Malco, disse-lhe Jesus: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão. Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” Mateus 26:52-53
O Reino de Cristo é o Reino Celestial, e Reino Celestial é Reino de Graça.
Jesus usava repetidamente o termo  Reino do Céu. Suas parábolas freqüentemente começavam com as palavras: "O Reino do Céu...!”
Diferente do reino deste mundo de Pilatos, Herodes, César e religiosos judaicos, o Reino da Graça tem como força  o perdão e o amor de Deus.  
O Reino da graça é o reino do amor e das dádivas, e, para qualquer dádiva, não é de se supor que os servos de Deus lutem.
Todas as bênçãos do reino celestial devem ser recebidas como dádivas do amor:
-Arrependimento é uma dádiva!
-Perdão é uma dádiva!
-Vitória é uma dádiva!
-Obediência é uma dádiva!
-Salvação é uma dádiva!
E você não luta por aquilo que lhe é dado como  dádivas, e estas pertencem ao reino do amor e da graça, o Reino que não é deste mundo.
4. O REINO DE CRISTO, É O REINO CUJO OBJETIVO NÃO É CONDENAR, E SIM, SALVAR. (3:17)
A crucificação prova ser Jesus o Salvador e o primeiro a ser salvo por ela foi BARRABÁS.
Barrabás era  bandido, salteador e homicida. (Mat. 27:15-26: Mar. 15:6-15; Luc. 23:17-25; Atos 3:14)
Naqueles momentos algozes do sofrimento e crucificação de Jesus fico imaginando Barrabás refletindo:
-Ao ver Jesus carregando a cruz: "Eu deveria carregar essa cruz em lugar dele, ele me salvou!"
-Ao ver Jesus na Cruz: "Eu deveria estar crucificado ali, Ele não, Ele me salvou!”
Jesus Cristo disse a Nicodemos: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna!” João 3:16
Jesus Cristo quis a salvação dos próprios assassinos, que o levaram para a crucificação.
Uma das cenas mais lindas e brilhantes que o mundo jamais viu estava lá na cruz, quando Jesus crucificado, antes de morrer ali pelos pecadores, disse em oração, e o texto sagrado registra: “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, alí o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Contudo, Jesus dizia: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!” Lucas 23:33-34
É impossível pertencer ao Reino de Cristo, quem não estiver disposto a amar. O apóstolo João registra: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois,  Deus é amor!" I João 4:7-8
CONCLUSÃO
O Reino de Cristo é o controle dele sobre o coração e vida dos salvos, que O servem em espírito e em verdade.
Pilatos deixou de fazer parte do Reino de Cristo, por  não ter a coragem necessária para tomar a decisão correta.
Como agem muitos dos nossos dias, Pilatos não teve a coragem de desafiar e deixar o mundo, e posicionar-se junto a Cristo.
Jesus veio salvar, mas para o pecador ser salvo, precisa aprender algumas verdades deste texto bíblico:
1. A decisão de crer e receber, ou rejeitar a Jesus Cristo, é pessoal.
Ninguém pode pretender que a apelação a outros substitua a decisão pessoal.
2. Pilatos apelou para a lei e autoridades judaicas, dizendo que eles decidissem o que fazer com Jesus. Eles reprovaram tal ideia!
3. Para aceitar ou rejeitar a Cristo, não tem como “ficar em cima do muro”, como Pilatos quis ficar.
4. Você crê e  recebe a Cristo, ou  rejeita a Cristo! Não há posição intermediária.
Pilatos devia tomar sua própria decisão, ao invés de motivar que, a multidão decidisse por ele.
Para ser salvo, ninguém pode fugir dessa decisão pessoal com respeito a Jesus Cristo.
APELO
Para pertencer ao Reino de Cristo é preciso decidir crer e recebê-Lo na vida, e ser obediente aos ensinos de Cristo. Faça esta decisão agora!
Nesta  chamada Semana Santa você estará comemorando o quê? O sofrimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo, para salvar o pecador?
Mas lhe pergunto: Você tem a certeza de salvação? Você já fez a decisão de crer e receber Jesus Cristo em sua vida, para ser salvo? 
Se não fez esta decisão, toda a sua comemoração de Semana Santa, não terá valor nenhum, porque se você morrer mesmo nesta semana, morrerá perdido e condenado eternamente. Sem salvação é provável que saiba para onde irá. 
Pense nisto e decida-se!

Pr. José das Graças Silva Oliveira




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