segunda-feira, 30 de maio de 2011

31 de maio: Dia Mundial sem Tabaco



Consequências do fumo vai muito além do câncer de pulmão

Cigarro também é fator de risco para leucemia e tumores de laringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rins, bexiga, intestino grosso, colo uterino, reto, cavidades nasais e oral, seios paranasais e nasofaringe.  
O tabagismo é responsável por cinco milhões de mortes a cada ano no mundo, principalmente em decorrência de tumores malignos, doenças cardiovasculares e pulmonares. No Brasil, estima-se que mais de 200 mil mortes por ano são decorrentes do cigarro, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).  
 
Conforme esclarece o cirurgião oncológico e gastroenterologista Dr. Dino Altmann, aproximadamente metade dos fumantes vai morrer por causa de doenças relacionadas ao consumo do tabaco e adultos fumantes perdem 13 anos de vida por causa do seu vício. Segundo o médico, que atua nos hospitais Albert Einstein e São Luiz, cerca de 30% dos óbitos relacionados ao câncer se devem ao vício de fumar. 
 
"Este é o mais importante fator de risco para câncer do pulmão, aumentando seu risco entre 10 e 20 vezes, sendo que 90% de todos os tumores de pulmão estão relacionados ao consumo de derivados do tabaco", observa Altmann. Excluindo-se os tumores de pele, é o segundo tumor mais freqüente no Brasil, onde são estimados 25 mil novos casos, em 2011. 
 
A incidência mundial do câncer do pulmão aumenta 2% a cada ano, por causa do aumento do consumo de cigarros. O tabagismo, embora sempre relacionado ao câncer do pulmão, também é fator de risco para leucemia, bem como tumores das cavidades nasais e oral, seios paranasais, nasofaringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rins, bexiga, intestino grosso e colo uterino. 
 
De acordo com o Dr. Dino Altmann, as substâncias existentes no tabaco agem em múltiplos estágios da formação do câncer. "Elas geram tumores pela ação direta que exercem nos tecidos, causando irritação, inflamação e interferência com barreiras naturais do organismo. Os malefícios do tabagismo estão comumente relacionados ao hábito de fumar cigarros, mas também podem ocorrer com os charutos, cachimbos e exposição à fumaça do tabaco".  
 
Fumar cigarros é o fator mais importante no desenvolvimento de tumores do epitélio urotelial, que corresponde ao revestimento interno dos ureteres e da bexiga. "Estima-se que 66% dos tumores de bexiga em homens e 30% nas mulheres estão diretamente relacionados ao tabagismo", aponta o especialista. "O risco de câncer da bexiga correlaciona-se com a extensão da exposição à fumaça do cigarro". 
 
Numerosos estudos mostram que o risco de ter câncer da bexiga em fumantes é 2 a 4 vezes maior quando comparado aos que nunca fumaram. Entre fumantes de longo tempo, o risco sobe entre 6 e 10 vezes. Os fatores carcinogênicos - que provocam o câncer - ainda não são bem conhecidos. São mais de 60 as substâncias que conhecidamente podem levar ao câncer. 
 
Altmann acrescenta ainda que o hábito de fumar aumenta 1,5 vezes o risco de desenvolver um câncer no estômago e este risco é maior entre os homens. Aproximadamente 18% dos tumores do estômago estão relacionados com o fumo. Este risco diminui com o cessar do consumo de cigarros e outros derivados do tabaco.  
 
Quando associado ao álcool, o tabagismo é a maior causa de tumores espino-celulares do esôfago, bem como tumores da cabeça e pescoço. O tipo e a quantidade de álcool ingerido têm influência no desenvolvimento destes tumores. Destilados têm maior risco do que vinho ou cerveja, porém, a quantidade, mais do que o tipo, é provavelmente o fator mais importante.
 
Hoje é bem conhecida a evolução dos pólipos do intestino grosso - ou cólon - em tumores colo-retais. O hábito de fumar é um fator de risco para o desenvolvimento de todos os tipos de pólipos no cólon. Um tipo específico de pólipo, denominado serrátil, incluindo-se os hiperplásticos (inflamatórios) e os adenomatosos (predisponentes ao câncer) está estreitamente relacionado com o fumo, que também é responsável pelas alterações celulares que antecedem o câncer e que são chamadas de displasias. Além de aumentar o risco no desenvolvimento do câncer no colo-retal, o cigarro ainda aumenta a chance de o indivíduo vir a falecer por causa do tumor. 
 
"Significativo benefício à saúde acompanha a interrupção do tabagismo, mesmo entre os fumantes de longa data. Parar de fumar reduz o risco da maioria das doenças relacionadas ao fumo e diminui todas as causas de mortalidade. Os benefícios à saúde de quem para de fumar ocorrem em qualquer idade e podem ser percebidos quase que imediatamente após sua interrupção", esclarece Dino Altmann. 
 
Dia 31 de maio comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987 e passou a ser celebrada no Brasil dois anos depois. 
 
Dr. Dino Altman - Gastroenterologista, com doutorado em cirurgia pela Faculdade de Medicina da USP e título de especialista em cirurgia oncológica (aparelho digestivo, melanomas e sarcomas), cirurgia geral e gastroenterológica. Possui habilitação em cirurgia video-laparoscópica e robótica, com treinamento no Celebration Hospital (FL - USA). É especialista também nas áreas de emergência e trauma como médico em provas de Automobilismo e tornou-se o Diretor Médico do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Membro da Comissão Médica da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e Membro do Grupo de Especialistas da Faculdade de Medicina do Instituto FIA. É instrutor do Programa Advanced Trauma Life Support, do American College of Surgeons. É também o responsável médico Campeonato Brasileiro de Stock Car e Porsche GT3 Cup Brasil. Endereço para acessar currículo completo no Sistema Lattes: http://lattes.cnpq.br/3295178233365528 

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