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terça-feira, 19 de agosto de 2014

ESTUDO BÍBLICO

O RELIGIOSO PERFEITO-I

Texto Bíblico: Tiago 1:26 e 3:1-12
“Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua ferina, está apenas enganando-se a si mesmo, e a sua religião não vale nada!” Tiago 1:26
1 “Meus  irmãos, não sejam muitos de vocês mestres na igreja, pois nós mestres, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor do que outros.
2 Todos nós cometemos erros. Se alguém pode dominar a sua língua, isso prova que ele tem perfeito domínio sobre si próprio em tudo o mais.
3 Podemos fazer com que um cavalo grande se volte, e vá para onde quisermos, por meio de freios em sua boca.
4 E um leme minúsculo faz com que um navio enorme se volte para qualquer lado que o piloto queira que vá, mesmo que os ventos sejam fortes.
5 Assim também a língua é um pequeno órgão, mas se orgulha de grandes coisas! Uma grande floresta pode incendiar-se por meio de fagulha pequenina.
6 E a língua é uma chama de fogo. Está cheia de maldade e envenena todos os membros do corpo. E é o próprio inferno que ateia fogo à língua, que pode transformar toda a nossa vida numa chama ardente de destruição e desastre.
7 Os homens têm domesticado, ou podem domesticar, qualquer espécie de animal ou ave que tem vida, e qualquer réptil e criatura do mar,
8 Mas nenhum ser humano consegue dominar a língua. Ela é incontrolável e está sempre pronta a expelir seu veneno mortífero.
9 Com a língua damos louvores ao nosso Senhor e Pai, e com ela rompemos em maldições contra os homens que são feitos à semelhança de Deus.
10 E assim a bênção e a maldição vêm brotando da mesma boca. Meus irmãos, é evidente que isso não está certo!
11 Acaso pode uma fonte d’água jorrar primeiro água doce e depois água amarga?
12 Meus irmãos, acaso podemos colher azeitonas de uma figueira, ou figos de uma videira? Não! E não se pode tampouco tirar água doce de um poço salgado.
INTRODUÇÃO
Vamos dividir este tema em duas partes, uma abrangendo o Dom do Mestre e a outra o cuidado que devemos ter com o nosso falar.
“A religião é a melhor armadura para um homem possuir, mas a pior capa!” John Bunyan
Para Tiago o religioso perfeito é aquele que  é  moldado pela Palavra de Deus!
O tema desse capítulo de Tiago é o religioso perfeito, mas quem é ele?
O primeiro destaque que abordaremos é  o mestre.
1. O RELIGIOSO PERFEITO  NÃO PRECISA SER MESTRE. (1)
A época de Jesus Cristo e dos seus apóstolos  era de lutas e ambições pelo poder e pela honra.           
Jesus perguntou a um grupo de religiosos do Seu tempo: Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus? (João 5:44)
Como naquele época, ainda hoje, em todas as comunidades, inclusive igrejas, há alguns tipos que se acham mestres:

  • Mestre Doutrinário – Não consegue evitar o orgulho doutrinário.
  • Mestre de Opiniões – Ele é o melhor pensador analítico de opiniões. Só consegue confiar nas próprias opiniões! Pensa ser infalível.
  • Mestre em todos os Conhecimentos – É o sabe tudo! É o que conhece mais do que todos os demais! Assim pensa!
O mestre “sabe tudo”, sempre pensa que o seu conhecimento é o mais importante entre todos da comunidade.
Nenhuma profissão está mais exposta a gerar orgulho espiritual e intelectual do que a do mestre.
Tiago adverte que, não devemos ambicionar sermos mestres, porque estes terão um juízo mais severo. (1)
Paulo disse aos romanos: Tu que estás persuadido que és guia de cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?... Rom. 2:19-24
O que Paulo ensina aqui, é que o verdadeiro mestre é aquele que da mesma maneira que está pronto para ensinar, está pronto para aprender, e da mesma maneira que ensina, deve ser um praticante.
2. MESTRE É UM DOS DEZENOVE DONS DO ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO.
E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo! Efésios 4:11-12
Na Igreja primitiva os mestres eram de primeiríssima importância. Sempre que são mencionados é-lhes rendido honra.
Ilustr.: “Naqueles dias, se fossem sequestrados um mestre e o pai de alguém da comunidade, quem primeiro deveria ser resgatado, seria o mestre!”
Na Igreja, os mestres trabalhavam dentro da congregação, e a grande importância de seu trabalho consistia em que, os convertidos ao cristianismo lhes eram confiados para sua instrução no evangelho e para sua edificação na fé cristã.
A imensa responsabilidade do mestre consistia em pôr o selo de sua própria fé e conhecimento, nos neófitos que estavam ingressando na Igreja.
O Novo Testamento valoriza o mestre que bem desempenha o dom.
3. O MESTRE PRECISA SER COERENTE ENTRE O ENSINAR E O PRATICAR
            Houve mestres que ensinavam a outros enquanto eles próprios não experimentavam nada da verdade que ensinavam!
            ENTÃO falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los! Mateus 23:1-4
Eram mestres cuja vida contradizia o seu ensino, e  não faziam outra coisa senão trazer desonra sobre a fé que representavam (Romanos 2:17-29)
Jesus e todo o Novo Testamento reprovam esse tipo de mestre, porque o que Deus espera do mestre é coerência entre o ensinar e a vida prática.
Quando eu ainda era muito jovem, lí na escola uma história que nunca me esqueci. "A Assembleia dos Ratos". Esses ratos moravam em uma casa abandonada, e numa determinada ocasião um gato começou a comer ali os ratos. Preocupados, os ratos reuniram-se para decidir o que poderiam fazer para resolver o problema. Todos os ratos falaram. De repente houve uma ideia fantástica. Um rato chamado Casmurro, disse: “Eu tenho a solução: Vamos ficar vigiando, e quando o gato aparecer no telhado, alguém vai amarrar um guizo em seu pescoço, e assim, quando o gato estiver se aproximando, todos nós poderemos ouvir o sinal, e fugir, e, assim,  ele não encontrará nenhum para alimentar-se e nos exterminar!” Todos acharam uma ideia genial, mas o rato que moderava a assembleia perguntou: Quem irá amarrar o guizo no pescoço do gato? O rato que deu a ideia foi o primeiro a negar-se a fazer tal trabalho, e assim, todos os demais, e com isso, quem continuou lucrando foi o gato.
A moral dessa história é que “dizer é fácil, fazer é que são elas!”
Isso é o que o Novo Testamento reprova, mas é exatamente o que acontece em Estudos Bíblicos nos Lares, nos púlpitos e classes de Escola Bíblica,  em nossas igrejas.
Um bom exemplo disso está no fato de que muitos crentes falam muito sobre consagração, avivamento, (até deixam as programações de sua igreja para procurar cultos que chamam de “Que maravilha!”, “Que poder!”, “Quem Unção!”), mas não consagram a Deus os seus bens dizimando e ofertando, não frequentam com regularidade os cultos de oração, nunca leram a sua bíblia do Gênesis ao Apocalipse nenhuma vez, e a igreja não pode contar com eles no trabalho de visitação e evangelismo, e assim vai a falta de espiritualidade deles.
Tiago disse que não podemos ser apenas ouvintes da Palavra de Deus, e sim, praticantes.
Jesus disse: Assim, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem sábio, que construiu a sua casa sobre a rocha. E caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e bateram com violência contra aquela casa, mas ela não caiu, pois tinha seus alicerces na rocha. Pois, todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. E caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e bateram com violência contra aquela casa, e ela desabou. E grande foi a sua ruína. Mateus 87:24-27 (KJA)
O que com facilidade podemos ver em nossos dias, é que muitos membros de Igreja acham mais fácil aproveitarem-se da consagração e sacrifício de outros crentes, em outras igrejas e denominações, do que esforçarem-se para serem  praticantes da Palavra de Deus em sua igreja, e ajudá-la a crescer e prosperar.
É muito bom saber o que Deus espera de cada um de nós, mas temos que saber, também, que quanto mais Deus nos dá, mais Ele exige de nós.
Jesus disse: Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem age para agradá-lo, será castigado com extrema severidade. Contudo, aquele que não conhece a vontade do seu senhor, mas praticou o que era sujeito a castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais ainda será requerido! Lucas 12:47-48 (KJA)
O mestre nos moldes bíblicos conhece a vontade do seu Senhor e obedece para agradá-Lo.
4. MESTRE É UM OFÍCIO QUE MERECE MUITO CUIDADO.
Tiago está convencido de que,  o ensino é uma ocupação perigosa para qualquer pessoa.
O instrumento do mestre é a fala e seu agente a língua, e como diz Ropes, Tiago estava preocupado em destacar "a responsabilidade dos mestres e o perigoso caráter do instrumento que tinham que usar".
Há dois perigos que todo mestre deve evitar. Em virtude de seu ofício, porque ensinará:

  • Aos que são jovens em idade,
  • Aos que são meninos na fé.
Diante disso, durante toda sua vida terá que ter dois cuidados:

  1. O cuidado em estar ensinando a verdade e não suas próprias opiniões, ou até seus preconceitos. Ensinar  a versão de Deus, e não a sua própria versão da verdade.
É infelizmente fácil para um mestre, manipular a verdade!
   2. Tem que cuidar-se muito de que sua vida não contradiga o que está ensinando!
É excelente, que o mestre não se veja forçado a dizer continuamente: “Faça o que eu falo, mas não o que eu faço!” 
O mestre nunca deve chegar à situação, em que seus aprendizes e liderados já não possam ouvir o que diz, por  ver o que ele é no dia a dia!
O fundamento bíblico para o mestre consiste de três coisas: 

  • Aprender, 
  • Ensinar, e 
  • Fazer!
CONCLUSÃO
Hoje, quem são os mestres dentro da igreja? São o pastor, os pregadores,  os professores da Escola Bíblica, e todos os que se dedicam ao ensino em todas as áreas.
As pessoas às quais Tiago estava escrevendo, cobiçavam o prestígio e o lugar de honra que desfrutavam os mestres, e por isso ele lhes exigia não esquecer jamais das suas responsabilidades.
Por ser um dom do Espírito Santo, mestre é uma carreira especial, e está sob uma especial responsabilidade se fracassar nela.
O mestre cristão é um homem ou mulher de oração!
No livro “Igreja Celeiro de Deus”, o escritor batista Darrell W. Robinson, descrevendo esse dom, diz: “O mestre é alguém que em sua tarefa tem em primeiro lugar, um amor profundo pela Palavra de Deus, e grande preocupação em conhecê-la e ensiná-la. Ele é alguém estudioso, que aprende e ensina com mais profundidade do que outros na igreja para alcançar pessoas,  treiná-las e equipá-las, para trabalharem para Cristo. O mestre é alguém equipado para compartilhar Cristo com os perdidos, e levá-los ao desenvolvimento e crescimento da vida cristã, até alcançarem a maturidade cristã! Ele capacita os membros e os equipa para a vida, testemunho e ministério.”
Ser um mestre segundo os ensinamentos bíblicos, é sim, parte da vida de um religioso perfeito.

APELO:

Você é um mestre segundo os padrões da Palavra de Deus?  Reflita e tome as decisões necessárias que o ajude a melhorar.
Pr. José das Graças Silva Oliveira

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.Barclay, James William – The Letter of James. Tradução: Carlos
   Biagini.http://minhateca.com.br
2. Bíblia Shedd
3. Everett F. Harrison. Comentário Bíblico Moody. Vol. 5. 1ª Edição,
    Imprensa Batista Regular. 1993
4. Allen, Clifton J. Comentário Bíblico Broadman: N.T. V. 12. 
    Tradução: Adiel Almeida de Oliveira. Rio de  Janeiro. JUERP.
    1985
5. Champlin, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado
    Versículo Por Versículo. V. 6. 1ª Edição. Milenium Distribuidora
    Cultural Ltda. São Paulo. 1982



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