Texto: I Pedro 5:1-4
Objetivo Geral: Ético/Consagração
Objetivo Específico: Levá-lo como pastor a reconhecer quais são as características de um pastor segundo o coração de Deus e decidir ser esse pastor.
Tese: O pastor ideal tem a sua vida moldada pelo modelo bíblico.
ICT: A função básica do pastor é apascentar o rebanho de Deus, que é a igreja.
INTRODUÇÃO
Neste texto, Pedro está se referindo as funções pastorais.
Isso é verdade tão simples e pura, que ele começa o v. 2 ordenando aos tais que “apascentem o rebanho de Deus!” (2). Apascentar é função de pastor!
“Apascentai o rebanho!” é uma expressão genérica, que abrange todas as funções pastorais necessárias.
Esta é uma carta escrita pelo apóstolo Pedro, que foi martirizado, por ordem do Imperador Romano, Imperador Nero, no final da década de 60 d.C.
Pedro foi assassinado, porque defendia os princípios e a genuína fé cristã. Inclusive para o pastor!
É uma carta de consolo e encorajamento em um tempo de crise e perseguições na vida da Igreja Cristã.
O termo “pastor” é uma metáfora do AT, e, juntamente, com as demais expressões de liderança espiritual na Igreja, aplica-se ao cuidado amoroso, respeitoso e dedicado de um pastor em favor de seu rebanho local.
Em seus conselhos bíblicos para o pastor, Pedro destaca os aspectos comportamentais.
1. FALANDO PRIMEIRO DOS COMPORTAMENTOS QUE O PASTOR NÃO DEVE TER
Jeremias diz,(23:1) “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR”.
O trabalho do pastor não é destruir, e sim, construir, fazer, mas muitos se destacam na destruição de obras, de rebanhos, que foram construídos por anos, décadas e até séculos.
Por isso Pedro fala primeiramente das quatro qualidades negativas que o pastor não deve ter:
1.1- Fazer o trabalho por força, por constrangimento. v. 2 -
O pastor não deve fazer o trabalho, simplesmente porque está sendo forçado a fazê-lo.
A motivação do seu trabalho deve ser o amor a alma perdida, amor ao rebanho, urgência que o trabalho de Deus exige e a obediência a Cristo.
Evite essa qualidade negativa!
1.2- Fazer o trabalho com má vontade (2)
Em Jeremias 23:2 o profeta fala dos pastores, que dispersam as ovelhas e as afugenta, porque não as visita.
Quando se faz o trabalho com má vontade, o rebanho se esvazia, porque as ovelhas fogem como resultado da falta de cuidados pastorais.
O pastor precisa ser reconhecido como “pé quente!”, como laborioso, como trabalhador esforçado!
Qualidade negativa deve ser evitada no ministério pastoral.
1.3- Fazer o trabalho para ganhar dinheiro (2) “Por torpe ganância!”.
Essa é uma questão muito antiga! Tão antiga quanto o Velho Testamento!
A motivação pastoral recomendada não é o lucro material! É a alegria de fazer a obra de Deus!
Em Ezequiel 34:2, o profeta registra o reclame de Deus: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! [Não] [devem] os pastores apascentar as ovelhas?”
Igreja que tem um pastor ganancioso por dinheiro, biblicamente está sem pastor! As rapinas e feras estão tomando e comendo as suas ovelhas!
No mesmo capítulo, Ezequiel 34:7-8 Deus adverte: “Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas.
Evite essa qualidade negativa!
1.4- Fazer o trabalho como dominador e ditador (3)
Muitos pastores quando saem da igreja que pastoreiam, deixam a igreja enfraquecida, e em alguns casos, no vale da sombra da morte. É o resultado de conduzir de modo errado o rebanho de Deus!
O conceito de pastor no NT não é o de uma pessoa que conserva a totalidade do ministério em suas mãos, tendo ciúmes dele, esmagando toda a iniciativa dos membros da igreja.
Ilustr.: Em Mato Grosso, em uma igreja com + 350 membros. Culto de domingo à noite. O pastor viajou e deixou um vídeo gravado, tendo ele mesmo como pregador, para os membros assistirem. Essa igreja perdeu o seu brilho. Lá na cidade não existe mais Igreja Batista! Perguntei a um advogado membro da igreja: O pastor está chamando vocês de analfabetos, de imaturos, de incapazes? Porque não designou um membro da igreja, para pregar?
Deus sempre quis que a obra pastoral fosse executada por todos os crentes e não somente pelos pastores.
O pastor envolvido com todas e diferentes ocupações da igreja, põe em risco o seu ministério, sua vida espiritual, sua saúde e a sua família, e torna impossível treinar adequadamente os membros de sua igreja para o ministério cristão.
O pastor deve ser aquele, que ajuda toda a iniciativa dos membros da igreja, que encoraja todo o povo de Deus a descobrir, desenvolver e exercer os seus dons.
Ao invés de monopolizar todo o ministério, deve ser realmente um multiplicador dos ministérios.
Em Jeremias 10:21 o profeta diz: “Porque os pastores se embruteceram, e não buscaram ao SENHOR; por isso não prosperaram, e todos os seus rebanhos se espalharam.
A maneira certa de fazer o seu trabalho não é dominando os membros, mas guiando.
Davi, sendo um pastor de ovelhas, depois pastor de gente, e, vendo Deus como o exemplo de pastor, descobriu que uma das nobres funções pastorais é guiar. (Salmo 23:2-3: “guia-me mansamente a águas tranqüilas; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome!”
O ditador não vê nada disso. Ele é um mandão! É um orgulhoso! É um arrogante e prepotente!
De longa caminhada com o Senhor Jesus Cristo, liderado pelo Espírito Santo, Pedro nos ensina a sermos verdadeiros cidadãos do céu, onde o exaltado é o menor e o mais humilde.
Pedro, uma das colunas da Igreja Cristã, não se coloca, nem mesmo diante dos líderes cristãos locais com despotismo; ele não se coloca como absoluto, como ditador, como tirano, como mão de ferro, como opressor, ou como arrogante.
Ele diz (v. 1): “Aos anciãos,pois, que há entre vós, rogo eu, que sou ancião com eles!
Pedro não se identifica como ancião menor nem maior! É um ancião com...!
Ilustr.: “Um comentarista do NT cita, que “um bem conhecido pregador, líder de certa denominação evangélica, foi descrito pela sua própria filha como o tipo de homem que “governa ou arruína!”
Um pastor não deve abusar do seu cargo, tornando-se ditador. Mas muitos não conseguem resistir a essa tentação, porque alimentam um grande orgulho carnal. São carnais e não espirituais, e só trazem descrédito à igreja e à comunidade cristã em geral.
Este é um dos destaques comportamentais em seus conselhos para o pastor. O outro refere-se ao pastor ideal.
2. O COMPORTAMENTO IDEAL DO PASTOR
Deus promete ao seu povo em Jeremias 3:15: “E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão [com] ciência e [com] inteligência!”
Com ciência – os pastores precisam ser estudados e capacitados para exercerem o trabalho: precisam estudar a Bíblia; estudar bons livros devocionais; fazer cursos e seminários.
O preparo do pastor só termina, quando for levado para o céu!
Com inteligência – Pastor não pode ser “cabeça fechada”, tem que ser inteligente!
a) Precisamos de inteligência na admissão de membros na Igreja.
Ganhar uma alma para Cristo é muito difícil! Perdê-la, é a coisa mais simples!
Ganha-se com muito trabalho e esforço!
Perde-se com uma palavra! Perde-se com um gesto! Perde-se com uma atitude!
Precisamos saber ganhar o incrédulo, e conservá-lo na igreja. Essa é a meta de evangelização dos batistas. Não somos pescadores em aquários alheios! A nossa prioridade é o pecador perdido!
b) Precisamos de inteligência para com aquele que chega já crente. Não precisamos perder para outros grupos religiosos por causa de coisas simples. Cada caso é um caso! Precisamos é de trabalhar com amor aquele que chega de outros lugares. Não podemos fechar-lhes as portas.Muitos deles estão buscando pastoreio!
c) Precisamos de inteligência na condução do rebanho. Qual é o trabalho do pastor?:
Ezeq. 34:4-6: “Fortalecer a ovelha fraca , curar a doente, fazer curativo na quebrada, tornar a trazer a desgarrada, buscar a perdida!
O profeta diz, que se dominarmos com rigor e dureza sobre as ovelhas, elas se espalharão e servirão de pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam!”
“Apascentai o rebanho de Deus” . A primeira responsabilidade do pastor é para com o seu rebanho!
Não adianta você querer ver lá fora tudo lindo na obra de Deus, se o seu rebanho não tem os seus cuidados!
Outros aspectos do comportamento ideal do pastor são:
2.1- O pastor deve ser cuidadoso!. “Tende cuidado do rebanho de deus!” BVP-1917 (2)
Em Hebreus 13:17 o autor sagrado diz: “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta [delas;] para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos [seria] útil.
O pastor deve velar = cuidar das ovelhas, porque no Dia do Justo Juízo de Deus, será o pastor que dará contas das suas ovelhas para Deus!
Devemos cuidar com alegria, sem sentimentos de sofrimento na obra de Deus.
Se assim você trabalhar, as suas ovelhas o obedecerão, sujeitar-se-ão a você e o imitarão. Isso é comportamento ideal para o pastor.
2.2- O pastor deve ser voluntário e espontâneo (2)
O trabalho de um pastor deve ser o subproduto do seu desenvolvimento espiritual.
Além de tudo isso que foi falado, o pastor deve ser um homem de oração, de Bíblia na cabeça, no coração e na vida, e de muita consagração.
Tudo quanto o pastor faz, depende de sua experiência pessoal com Deus. Sem isso, o ministério pastoral teria motivações errôneas.
Pastorado é ministério de amor e compaixão! Não deve ser empurrado em cima de quem não tenha a vocação de pastorear. Esse é comportamento ideal para o pastor!
2.3- O Pastor Trabalha Como Deus quer (2)
Como Deus o faria! Se essa variante textual for verdadeira, Pedro está dizendo: que o pastor deve realizar o seu trabalho pastoral, guiado pela vontade de Deus, e não pela sua vontade.
Quando eu assumo um novo pastorado, a primeira coisa que digo, é que não estou ali para fazer vontades humanas; nem a minha vontade. A vontade de Deus é a prioridade! Esse é o comportamento ideal para o pastor!
Esse é um dos aspectos comportamentais importantes para o pastor.
2.3- O Pastor Deve Servir de Exemplo Para o Rebanho (3)
A maneira espiritual de agir do pastor, é sendo “modelo para o rebanho”!
O original grego “Tupos”, veio significar “cópia” ou “exemplo”.
Josué Campanha diz em seu livro Planejamento Estratégico, que em nosso trabalho devemos produzir discípulos= seguidores.
Costumo dizer, que procuro não batizar crentes. Esforço-me para batizar discípulos!
Aqueles que seguem um exemplo são os que “duplicam em si mesmos” a natureza geral do exemplar.
O pastor precisa ter uma vida tão significativa, que o rebanho o tenha como modelo, como exemplo, em toda a sua maneira de viver.
Isso pode significar, que o pastor deve estar na frente, liderando o rebanho, em vez de estar atrás, empurrando-o!
Deve ser exemplo em termos de atributos, de qualidades: Amor, bondade, amabilidade, fé, mansidão, controle próprio, serviço, (Gal. 5:21-23).
Em I Tm. 3:2-7 Paulo diz: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, não neófito, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.
Em Tito 1;7-9 ele acrescenta: “Porque convém que o bispo seja não soberbo, não de mau gênio, amigo do bem, justo, santo, que tenha controle próprio, retendo firme a fiel palavra conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes.
Em Hebreus 13:7 encontramos: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
O pastor deve ser um exemplo de fé! De oração! De busca de Deus através da Bíblia!
Deve ser um exemplo em sua maneira de viver: na igreja, no lar, no trabalho, na comunidade de um modo geral.
Pastor que seguir essas orientações bíblicas , com certeza terá um Ministério Pastoral eficaz, abençoado, vitorioso e feliz.
CONCLUSÃO
O que o pastor realiza na obra, não deve ser forçado, por má vontade, por ganância de dinheiro, como dominador e ditador!
A sua obra deve ser reconhecida como fruto de ser ele “segundo o coração de Deus”! Ele faz a obra segundo a vontade de Deus, ele é um homem capacitado para a obra, sendo inteligente no que faz.
A sua obra é fruto do seu cuidado com o rebanho de Deus, do seu amor pela alma que Deus ama!
O que ele faz, faz pelo verdadeiro desejo de servir, e faz, servindo de exemplo para o rebanho do Senhor.
Pedro seguia a Jesus Cristo desde os seus primeiros dias de ministério na terra, participou dos sofrimentos mais terríveis impostos ao Senhor Jesus e contemplou a sua glória (Mat. 26:58; Marc. 14:54; Luc. 22:60-62 e João 18:10-16).
Por isso, Pedro tem toda autoridade para nos encorajar na difícil tarefa ministerial, com a certeza de que passados esses tempos de provação, nós também, iremos participar da glória eterna do Senhor Jesus Cristo. (4)
Nós, pastores, devemos refletir sobre como temos sido e como temos nos comportado na difícil tarefa do exercício do ministério pastoral.
Autor:Pr. José das graças Silva Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário